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19 de jan. de 2013

SÍNTESE DO LIVRO: ESCOLA CIDADÃ DE MOACIR GADOTTI

ESCOLA CIDADÃ DE MOACIR GADOTTI




Escola Cidadã de Moacir Gadotti

Neste livro, Moacir Gadotti faz uma abordagem geral e especifica dos termos: “Autonomia”, “Autogestão” e “Administração” dentro do contexto escolar, passando por vários autores e diversos momentos históricos relevantes para o assunto.

Segundo ele expôs, este tema possui muitas particularidades, mas depois de compreendidas conseguimos esclarecer diversos sugestionamentos negativos que formamos a cerca da escola pública.

Muitos países discutem a autonomia na escola e, no Brasil o tema vem mencionado na própria Constituição de 1988, embora na prática presenciemos o contrário. Na Europa os movimentos a favor desta nova forma de “viver” tiveram inicio há alguns séculos atrás, mas foi com a Revolução Francesa que o tema se tornou ponto de discussão para os esquerdistas que tinham por objetivo modificar os modelos religiosos de educação.

A escola que não possui autonomia não possui capacidade de educar para a real liberdade, afinal educar significa capacitar o educando para que ele seja capaz de buscar respostas e novas formas de ler o mundo que o cerca.

A escola autônoma é aquela que se autogoverna. Mas como se autogovernar quando as decisões muitas vezes vêem prontas apenas para serem executadas? É neste ponto que começamos a discutir a Autogestão, uma vez que esta na escola é uma tentativa de autonomia.

Vale lembrar que, para se desenvolver uma autogestão é necessário possuir uma escola com clareza de uma Pedagogia Ativa, que vise de fato transformar seu aluno num cidadão autônomo para uma vida.

A autogestão não significa participação e sim transformação, ou seja, não se representa mais algo e sim exerce diretamente o poder, que agora passa a possuir um caráter ético o modificador da natureza. No campo pedagógico a autogestão é um tema inseparável de uma certa compreensão da sociedade.

Entretanto, o que significa autogestão?

Autogestão é um sistema no qual os próprios colaboradores gerenciam suas instituição, no caso a escola e, positivamente isto tem a contribuir para que todos os membros desta sintam-se parte ativa e integrante do processo e, desta forma contribua para a mudança nos modelos educacionais que hoje presenciamos e fracassados. A Pedagogia Institucional propõem a autogestão como uma forma de funcionamento da instituição escolar para quebrar a relação de dependência psicológica adulto-criança gerada pela família, que as escolas tradicionais reforçam nas relações autoritárias.

O tema autonomia no Brasil é muito recente e, só agora vem sendo discutido nos debates pedagógicos e nas reformas educacionais. Segundo Gadotti, este debate continua político já que vem associado com a critica em relação ao papel do Estado.

Na educação brasileira ainda predomina uma pedagogia conteudista, de cunho funcionalista. Esta pedagogia sufoca os alunos uma vez que impõem um saber que contém dentro dela elementos que legitimam a dominação.

Vale ressaltar que a idéia de autonomia está relacionada a idéia de democracia e cidadania e, como disse Bernard Charlot durante um debate no III Fórum Mundial de Educação: “Não há democracia sem escola pública forte, afinal somente com uma escola pública de qualidade é possível construir um verdadeiro Estado Republicano”. Disto podemos concluir que, a autonomia admite a diferença e por isso supõe a parceria.

Resumindo, a autonomia pode ter as seguintes perspectivas: filosófica, política, administrativa, pedagógica e didática e, acima de tudo não defende uma autonomia integral e sim relativa.

Gadotti ainda cita o Conselho de Escola, que para ele é parte do processo, afinal a participação e a democratização num sistema publico de ensino é a forma mais prática de formação para a cidadania. O conselho deve possuir autonomia de movimentos sociais e deve possuir em seu corpo pessoas da comunidade, pais, alunos e membros oficiais da escola.

É válido lembrar que, o Conselho de Escola é o órgão mais importante da autonomia e de uma escola autônoma.

Moacir descreve um decálogo, que resumidamente vem explicar o que seria uma escola cidadã; escola esta que seria pública autônoma (em amplo sem tido e principalmente na execução de Projeto Político Pedagógico) e popular integrante de um sistema único e descentralizado; pública, democrática e universal, igual para todos, mas que respeite as diferenças locais, regionais, etc.

Agora a administração das escolas públicas é outro ponto profundo da discussão, uma vez que os sistemas educacionais são frágeis e alvo de freqüentes reformas superficiais que não geram mudanças positivas no funcionamento.

A administração deve possuir um caráter descentralizador com os seguintes princípios: uma gestão democrática que valorize a escola e seus integrantes; uma comunicação direta que vise a ligação positiva e produtiva com a comunidade freqüentadora; uma autonomia da escola que vise o poder de construir u projeto político pedagógico que de fato atenda o público e suas necessidades; uma avaliação permanente do desempenho escolar que valorize de fato a avaliação continua e não mais a isolada e burocrática, que de vez ajudar a qualidade de ensino promove futuros cidadão reprimidos e excluídos da sociedade, afinal não é de hoje que sabemos as adversidades que cercam os processos avaliativos no Brasil.

Na idéia de Moacir Gadotti, uma escola cidadã é aquela em que as escolas deixem de ser subordinadas a órgãos centrais, transformando-se em cooperativas de professores e, ainda diz que para que isto ocorra é necessário que a população possua acesso a qualidade de vida, para que desta forma os alunos possuam prazer em freqüentar e saia dela de fato um cidadão.

Concluindo, sem uma escola pública, laica e de qualidade não poderemos atingir a tão necessária autonomia. Hoje presenciamos um modelo de ensino burocrático que não visa formar cidadãos autônomos. A educação ainda mostra-se alienadora e inculcadora de ideais de uma classe dominante que não necessita deste local para ter acesso à cultura. Então, disto podemos concluir que está “em nossas mãos” o lutar pelas mudanças, afinal nós já ou futuros educadores somos formadores de idéias e por isso devemos fazer com que nossos alunos percebam que eles são parte integrante da sociedade que interage e a modifica e, uma vez que se é possível modificar, por que não modificar para melhor e à “nosso favor”.



Autor: Natália de Carvalho Ferreira

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