Por dentro do
Comportamentalismo
No método
tradicional, o professor planeja, estimula e passa o conhecimento aos
alunos
O foco é a
transmissão de conteúdos
Quem foi o
pai da ideia:
o psicólogo norte americano Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). O
que diz:
que é possível modelar o indivíduo, condicionando seus
comportamentos. Para tanto, devem-se utilizar os estímulos e
reforços adequados. Segundo Skinner, todo comportamento é
determinado pelo ambiente, mesmo que a relação do indivíduo com
esse ambiente não seja passiva, e sim de interação. Ou seja, um
professor pode definir que resultado pretende alcançar com seus
alunos e oferecer-lhes os estímulos e recompensas adequados à
medida que os alunos avançam. Onde
está o foco:
nos conteúdos a serem transmitidos e no professor. Qual
é o papel do professor:
o professor, ou até o livro didático, em alguns casos, é a
autoridade máxima, detentora do conhecimento. O aluno é o aprendiz
que deve absorver esse conhecimento quanto mais, melhor. Como
se aprende:
por memorização e repetição. Sabe aquelas aulas de inglês em que
a professora dizia: "Children, repeat after me..."? Como
se introduz um novo conceito:
o professor faz um planejamento e apresenta os conceitos. Algo do
gênero: "Crianças, hoje vamos estudar as equações de segundo
grau". Quais
são os reflexos na sala de aula:
as aulas, em geral, são expositivas, com o professor falando e a
turma, de preferência, quieta. Erros são corrigidos imediatamente e
recorre-se à repetição. Que
tipo de indivíduo espera-se formar:
pessoas com vasto saber enciclopédico. Indivíduos focados no
trabalho, que correspondem às demandas e se ajustam bem aos
ambientes.
Neste método,
a criança constrói o conhecimento por meio de descobertas
O
Construtivismo valoriza o conhecimento prévio do aluno
Quem foi o
pai da ideia
o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980). O
que diz:
segundo Piaget, o pensamento infantil passa por
quatro estágios, desde o nascimento até o
início da adolescência quando a
capacidade plena de raciocínio é atingida.
Assim, a criança constrói o conhecimento a partir de suas
descobertas, quando em contato com o mundo e
com os objetos. Por isso, não adianta ensinar a um
aluno algo que ele ainda não tem condições
intelectuais de absorver. Ou seja, o trabalho
de educar não deve se limitar a transmitir
conteúdos, mas a favorecer a atividade
mental do aluno. Por isso, importante é não apenas
assimilar conceitos, mas também gerar
questionamentos, ampliar as idéias.
Onde
está o foco:
no aluno e em suas operações mentais. Qual
é o papel do professor:
observar o aluno, investigar quais são os seus
conhecimentos prévios, seus interesses
e, a partir dessa bagagem, procurar apresentar
diversos elementos para que o aluno construa seu
conhecimento. O professor cria situações
para que o aluno chegue ao conhecimento.
Como
se introduz um novo conceito:
para falar em multiplicação, por exemplo,
o professor pode apresentar uma seqüência
de somas, até que o aluno chegue ao conceito da
multiplicação. Nada de decorar tabuada.
Ou, para apresentar formas geométricas,
o professor dará aos alunos vários materiais,
eles farão desenhos e observarão figuras até
perceberem o círculo, o quadrado, o
triângulo, etc. Quais
são os reflexos na sala de aula:
há menos interferência do professor, que
respeita as fases do aluno e procura corresponder
aos seus interesses. As salas têm mais objetos para
manusear, mais material, como blocos lógicos,
figuras, etc. As correções não acontecem
de modo imediato, pois os erros são considerados
parte do processo de aprendizagem. Que
tipo de indivíduo espera-se formar:
pessoas com autonomia. Gente que interage com o
meio, que tem idéias próprias e é capaz de criar, com
uma visão particular do mundo.
Por dentro do
Socioconstrutivismo
Neste método,
o aprendizado não se subordina ao desenvolvimento das estruturas
intelectuais da criança, mas um se alimenta do outro
O trabalho em
grupo é uma ferrmenta-chave para a busca do conhecimento
Quem foi o
pai da idéia:
o psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934). O
que diz:
ele foca a interação. Segundo Vygotsky, todo
aprendizado é necessariamente mediado
– e isso torna o papel do ensino e do professor mais
ativo do que o previsto por Piaget. O aprendizado
não se subordina ao desenvolvimento das
estruturas intelectuais da criança, mas um
se alimenta do outro, provocando
saltos qualitativos de conhecimento.
O ensino deve se antecipar ao que o aluno ainda não sabe
nem é capaz de aprender sozinho. É a isso que se refere
um de seus principais conceitos, o de "zona
de desenvolvimento proximal", que seria
a distância entre o desenvolvimento real da
criança e aquilo que ela tem potencial de aprender,
ou entre "o ser e o tornar-se". Onde
está o foco:
na interação. É na relação aluno-professor
e aluno-aluno que se produz conhecimento. Qual
é o papel do professor:
ele atua como mediador entre o aluno, os conhecimentos
que este possui e o mundo. Como
se aprende:
observando o meio, entrando em contato com o que já
foi descoberto e organizando o conhecimento
junto com os outros (professor e turma).
Como
se introduz um novo conceito:
se as crianças vão aprender sobre doenças, por
exemplo, primeiro o professor as coloca
diante de problemas para que os resolvam com o
que já sabem e mostra a elas a necessidade de novos
saberes, que terão de encontrar de diferentes
formas. Então, ele as auxilia nesse processo de busca
de novos conhecimentos. Eles podem tanto ir
entrevistar um médico (o professor
orientará a turma sobre como fazer uma entrevista), como
consultar um livro ou a internet. Quais
são os reflexos na sala de aula:
há mais colaboração e trabalhos em grupo.
Parte-se do conhecimento cotidiano para se chegar
à produção de conhecimento. O professor
propõe tarefas que desafiam os alunos. Erros são
considerados parte do aprendizado –
eles mostram ao professor como o aluno está
raciocinando. Os conteúdos são apresentados
por temas: aprende-se sobre escravidão, por exemplo,
investigando como ela se deu em vários períodos,
e não necessariamente pela ordem cronológica.
Utilizam-se, para isso, muitos materiais:
reportagens, filmes, etc. Que
tipo de indivíduo espera-se formar:
pessoas cooperativas, que tenham
compromisso com o mundo e com o outro, que saibam
tanto expor suas idéias quanto ouvir. Gente que não
necessariamente terá um conhecimento
enciclopédico, mas que saberá como procurar
as informações que lhe fazem falta.
Por dentro do
Waldorf
Clareza do
raciocínio, equilíbrio emocional e iniciativa de ação são alguns
dos pontos enfatizados por este método de ensino
O professor
acompanha a turma por sete anos
Quem
foi o pai da idéia:
o educador austríaco Rudolf Steiner (1861-1925) O
que diz:
a vivência deve preceder a teoria. Deste modo, o método prevê que
o currículo escolar deve ser individualizado e levar em conta apenas
as necessidades de aprendizado do aluno em cada fase da sua vida.
Onde
está o foco:
no aluno e no tutor. Qual
o papel do professor:
cada classe tem um tutor responsável por todas as matérias, que
acompanha a mesma turma durante sete anos. "Nós precisamos ser
uma referência de comportamento e disciplina para que o aluno possa
se espelhar", justifica Alfredo Rheingantz, professor e membro
da coordenação da Escola Waldorf Rudolf Steiner. Durante o período
correspondente ao Ensino Médio, as classes ganham professores
especialistas, mas continuam com um tutor.
Como se
aprende:
o ensino é dividido em ciclos de sete anos (de 0 a 7, de 8 a 14 e de
15 a 21 anos) e não há repetência, justamente para que as etapas
de aprendizagem possam estar em sintonia com o ritmo biológico
próprio de cada idade. Como não há provas, as avaliações são
baseadas nas atividades diárias, que resultam em boletins
descritivos sobre o comportamento, a maturidade e o aproveitamento
dos estudantes.
Como se
introduz um novo conceito:
outra característica da pedagogia Waldorf é o ensino em épocas. Em
vez de ter aulas de diversas disciplinas ao longo do dia ou da
semana, o aluno passa quatro semanas apenas vendo uma única matéria.
"Isso permite que o aluno lembre mais facilmente o que viu e
aprofunde melhor os conteúdos", diz Rheingantz. Quais
são os reflexos na sala de aula:
no primeiro ciclo, a ênfase é no desenvolvimento da coordenação
motora e no despertar da memória. Como essa fase é dedicada
principalmente às atividades lúdicas, ela não inclui o processo de
alfabetização, que acontece apenas no segundo ciclo. Neste, que
corresponde ao ensino fundamental, o foco é na educação dos
sentimentos para que os alunos adquiram maturidade emocional. Daí a
pedagogia Waldorf ser repleta de atividades artísticas, como música,
teatro e artes plásticas, além de trabalhos manuais, como
marcenaria, tricô e jardinagem. Que
tipo de indivíduo espera-se formar:
o método Waldorf visa desenvolver a personalidade do aluno,
florescendo nele a clareza do raciocínio, equilibro emocional e a
iniciativa de ação. Ao final da escola, o estudante está pronto
para exercitar o pensamento e fazer uma análise crítica do mundo.
Por dentro do
Montessori
O objetivo da
teoria de ensino e aprendizagem criada por Maria Montessori é a
formação integral do jovem, uma "educação para a vida"
Alunos do
colégio Poeta Drummond, que adota o método de ensino Montessori
Quem foi o
pai da idéia:
a pedagoga italiana Maria Montessori (1870-1952) O
que diz:
a linha montessoriana valoriza a educação pelos sentidos e pelo
movimento para estimular a concentração e as percepções
sensório-motoras da criança.
Onde está o
foco:
no aluno. A teoria montessoriana crê que as crianças trazem dentro
de si o potencial criador que permite que elas mesmas conduzam o
aprendizado e encontrem um lugar no mundo. “Todo conhecimento passa
por uma prática e a escola deve facilitar o acesso a ela”, diz a
educadora Talita de Oliveira Almeida.Qual
o papel do professor:
Maria Montessori foi pioneira no campo pedagógico ao dar mais ênfase
à auto-educação do aluno do que ao papel do professor como fonte
de conhecimento. “Ela acreditava que a educação é uma conquista
da criança, pois percebeu que já nascemos com a capacidade de
ensinar a nós mesmos, se nos forem dadas as condições”, diz
Talita. Assim como no construtivismo, os professores assumem o papel
de guia, conduzindo e motivando o aluno no processo de aprendizado.
Como se
aprende:
o método Montessori parte do concreto rumo ao abstrato. Baseia-se na
observação de que meninos e meninas aprendem melhor pela
experiência direta de procura e descoberta. Para tornar esse
processo o mais rico possível, a educadora italiana desenvolveu os
materiais didáticos que constituem um dos aspectos mais conhecidos
de seu trabalho. São objetos simples, mas muito atraentes, e
projetados para provocar o raciocínio. Há materiais pensados para
auxiliar todo tipo de aprendizado, do sistema decimal à estrutura da
linguagem. Como
se introduz um novo conceito:
na Educação Infantil, enfatiza a manipulação de peças de
tamanhos, formas, texturas e cores diferentes. Na alfabetização,
com a ajuda de objetos como o alfabeto móvel, utiliza-se o método
fonético, em que o aprendizado parte do som da letra para se
construir a palavra e depois o texto. Devido principalmente, às
exigências do vestibular, a pedagogia montessoriana raramente é
aplicada no Ensino Médio.
Quais os
reflexos na sala de aula:
crianças de idades diferentes são agrupadas numa mesma turma.
Nessas classes multiidades, alunos de 5 e 6 anos estudam na mesma
sala e seguem um programa único. Posteriormente eles passam para as
turmas de 7 e 8, em seguida para as de 9 e 10, e, finalmente,
alcançam o último estágio, que agrega jovens de 11, 12, 13 e 14
anos. Até os 10 anos, os alunos têm aulas com um único professor
polivalente, enquanto nas salas de 11 a 14, esse professor ganha a
companhia de docentes específicos para cada uma das disciplinas.
Para que esse
método funcione bem, freqüentemente há atividades em duplas, trios
ou grupos. Dependendo do conteúdo, o professor pode dividir a classe
em grupos por idade. A maior parte do material didático,
especialmente entre os mais novos, é de uso coletivo, como livros e
lápis. A avaliação é feita para todas as tarefas, portanto, não
existem provas formais. “Além de dar um conceito para cada aluno,
os professores preparam boletins detalhados, especificando as
posturas e os procedimentos dos estudantes”, conta Edimara de Lima,
diretora pedagógica da Escola Prima Montessori de São Paulo Que
tipo de individuo pretende formar:
individualidade, atividade e liberdade do aluno são as bases da
teoria, com ênfase para o conceito de indivíduo como,
simultaneamente, sujeito e objeto do ensino. Montessori defendia uma
concepção de educação que se estende além dos limites do acúmulo
de informações. O objetivo da escola é a formação integral do
jovem, uma “educação para a vida”. A filosofia e os métodos
elaborados pela médica italiana procuram desenvolver o potencial
criativo desde a primeira infância, associando-o à vontade de
aprender – conceito que ela considerava inerente a todos os seres
humanos.
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